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On quinta-feira, 5 de agosto de 2010 0 comentários


“Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele. Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus”. (João 3:16-18)

Por várias vezes ouvi alguns teólogos afirmarem que João 3:16 é o versículo central do evangelho de Cristo, pois resume em poucas palavras a mensagem principal do ministério de Jesus. Historicamente, o conceito de “Sola Fide” foi a base para Martinho Lutero desafiar a cobrança de indulgências pela igreja Católica, e por essa razão é chamada de Princípio Material da Reforma Protestante.
A base é simples, é a afirmação que a fé no sacrifício de Jesus é suficiente para a salvação e não é necessária interpretação de mensagens nas entrelinhas ou contextualização específica, está escrito explicitamente em João 3:16, por exemplo, ou na carta aos Romanos Paulo afirma “Pois sustentamos que o homem é justificado pela fé, independente da obediência à lei” (Romanos 3:28). Está mais do que claro que era isso que a igreja primitiva acreditava em seus primórdios. Mesmo assim a igreja Católica, que sempre se afirmou como única igreja de Cristo e fundada pelos apóstolos, afirmava que a salvação vinha pela obras e sem o perdão de pecados através dos padres (não era só ajoelhar e pedir perdão) a pessoa estava condenada ao inferno então as pessoas deveriam comprar (exatamente comprar com dinheiro e tudo) as indulgências para que fossem perdoadas. Olha, eu creio que não podemos ser salvos pelas obras, pois não há como ser perfeito, me parece completamente absurdo ser salvo por “suborno”. Não há como subornar ou barganhar com Deus para se obter a salvação e nem qualquer outro tipo de benção.
Ah mas existe um versículo famoso, o favorito de 10 entre 10 pastores legalistas: “Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta” (Tiago 2:17). Por algum tempo eu acreditei nisso como a base definitiva de prova de que mesmo com a graça de Cristo no sacrifício na cruz eu precisava de obras para “provar” a minha fé (como se Ele não conhecesse meu coração) e pior cheguei a acreditar que cada vez que eu pecava era mais um prego que eu cravava na cruz. Isto transforma o evangelho do amor e que liberta em uma prisão de culpa.
Lendo melhor o livro de Tiago consegui juntar as peças do quebra cabeça e contextualizar. Percebi que logo acima, no versículo 13, Tiago afirma que “a misericórdia triunfa sobre o juízo” e que ele falava de amor ao próximo e etc. Tentando trazer para os dias de hoje Tiago falava que não adianta nada você evangelizar alguém e ignorar sua dor, Jesus disse: “Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram” (Mateus 25:35) e não “tive fome e me deram um panfleto”.
Embora a Reforma Protestante afirme que a obediência às Leis de Deus não é necessária para ser perdoado por Deus, não desconsidera as boas obras. Essa obediência é entendida como conseqüência e não causa da graça de Deus. Por que eu amo a Cristo eu desejo falar do seu amor e seguir o seu exemplo e não ao contrário. Não há base para salvação a não ser a fé no sacrifício de Cristo; a base não é nosso patriotismo, devoção à igreja ou moralidade. O evangelho declara o que Deus fez por nós em Cristo, não é sobre o que nós podemos fazer para alcançar Deus.
“Visto que existe um só Deus, que pela fé justificará os circuncisos e os incircuncisos. Anulamos então a lei pela fé? De maneira nenhuma! Pelo contrário, confirmamos a lei” (Romanos 3:30,31)
Que Deus abençoe
Lucas Lainetti

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