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On sexta-feira, 13 de agosto de 2010 0 comentários


“Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus, o qual se entregou a si mesmo como resgate por todos. Esse foi o testemunho dado em seu próprio tempo”.(1 Timóteo 2:5,6)

Essa afirmação de Lutero foi de alto impacto na igreja Católica, pois atacava diretamente uns dos pilares de poder de influência sobre o povo. Por volta do ano 400 o Catolicismo Romano introduziu o culto à Maria como intercessora entre Deus e os homens, após isto foi introduzido gradativamente o culto às imagens e canonização dos santos. Na época de Lutero já estava consolidada a idéia do Papa como representante de Deus na Terra e com o poder de perdoar pecados. Nesta situação a igreja tinha a faca e o queijo na mão por que as pessoas acreditavam piamente que os sacerdotes tinham o poder de mandá-las para o inferno se questionassem sua autoridade ou se não fizessem o que mandassem.
A afirmação “Solus Christus” dita em público abria a mente das pessoas para a verdade libertadora de que Cristo havia morrido pelos nossos pecados e que somente ele já era suficiente intercessor entre os homens e Deus. Além disso, acabaria completamente com o “monopólio teísta”, assim o clero perderia completamente sua posição já que a população não estava satisfeita com a igreja, livres do medo não haveria mais nada que os prendesse ao clero.
Vou tentar resumir em poucas palavras a essência desta afirmação, ao estudarmos o Antigo Testamento, podemos constatar que o sacerdote hebreu tinha um papel central na relação entre Deus e o povo judeu, sendo que somente o sacerdote poderia, em determinada época, se aproximar da presença de Deus para levar as ofertas do povo pelo perdão dos pecados. Esta situação levou ao fato que os sacerdotes se colocavam em uma situação mais elevada que os outros querendo trazer glória para si.
No meio dessa bagunça, Jesus começa seu ministério na Terra, luta contra isso e faz seu sacrifício morrendo na cruz para libertar o povo desta situação se tornando o Sumo Sacerdote e único e suficiente mediador entre os homens e Deus (“Portanto, visto que temos um grande sumo sacerdote que adentrou os céus, Jesus, o Filho de Deus, apeguemo-nos com toda a firmeza à fé que professamos, pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado. Assim sendo, aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade”. Hebreus 4:14-16).
Depois de tudo isso alguém inventa que Cristo não era suficiente como intercessor entre os homens e Deus e gradativamente introduz a idéia de outros intercessores afastando Deus dos homens e por conseqüência anulando o sacrifício de Cristo na cruz até que o sacerdote seja colocado como figura central novamente deixando Cristo e a cruz somente como pano de fundo. A afirmação “Solus Christus” resgata a essência do sacrifício na cruz fazendo com que as pessoas tragam Cristo para o centro de sua fé.
Na Idade Média, o ministro era considerado como tendo uma relação especial com Deus, na medida em que mediava a graça de Deus e o perdão através dos sacramentos. Ainda hoje percebo isso ocorrendo no nosso meio (claro que não de maneira generalizada): ministros tentam trazer para si um ar de superioridade, onde suas palavras são incontestáveis, sendo supostamente um líder que deve ser acatado não importa o que fale, pois supostamente tem uma autoridade espiritual – e até mesmo uma ligação com Deus que os outros não tem. Querem fazer da unção o fato “uns são e outros não”.
Claro que por conta da maturidade e experiência na fé alguns de nós têm uma visão mais ampla e maior entendimento que outros, mas isso não torna esta pessoa mais importante diante de Deus do que alguém quem se tornou cristão hoje. Temos que manter firmes em nossa mente Cristo como figura central e que temos acesso a Deus através unicamente dele e lembrarmos que todos os que têm fé nele são iguais diante dele e devem seguir seu exemplo: “… Pelo contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo; e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo de todos. Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”. (Marcos 10:43-45)
Que Deus abençoe
Lucas Lainetti

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